sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Posição para conflito israelo-palestino - dois Estados, com base no Acordo de Genebra (Guga)

Como sabemos, Israel tem três opções, como já deixou claro o historiador israelense Avi Shlaim

1. Ser um Estado democrático e judeu, mas apenas no território israelense pré-1967
2. Ser um Estado democrático não-judeu em toda a região da Palestina histórica (o que inclui, além de Israel, também Gaza e Cisjordânia)
3. Ser um Estado judeu e em toda Palestina histórica, mas não sendo democrático

O mais óbvio, e Ariel Sharon e o atual premiê Ehud Olmert já entenderam isso, é Israel sair da Cisjordânia (como já saiu de Gaza) e ser um Estado democrático e judeu nas fronteiras pré 1967. Isto é, o melhor é a opção 1, apesar de toda a dificuldade que seria para retirar os colonos da Cisjordânia.

A saída realista seria para implementar a opção 1 seria baseada nos acordos de Genebra:

Criar um Estado Palestino na maior parte da Cisjordânia e em Gaza, mas concedendo para Israel os principais assentamentos, como Maale Adumim e Ariel. Em troca, Israel concederia áreas para deixar a Cisjordânia mais próxima de Gaza, deixando o Estado palestino mais viável.

Jerusalém Oriental seria a capital do Estado palestino, assim como a parte Ocidental já é na prática de Israel.

Os refugiados teriam o direito de retorno ao Estado palestino - não a Israel - com o pagamento de indenização para eles.

Portanto, a opção 1 é a mais viável

A opção 2 é bonitinha no papel, mas completamente impossível. É irreal imaginar que Israel abdique de ser um Estado judeu. Dada as perseguições pelas quais passaram ao longo da história, os judeus não teriam o por que de abrir mão de uma conquista como a de um Estado judeu. Além disso, os próprios palestinos dizem em pesquisas que querem ter um Estado próprio e não ser parte do one-state solution

A opção 3 não faz sentido, pois os palestinos não poderiam ser cidadãos de nenhum país - nem de Israel, nem das áreas palestinas.

Uma quarta opção, também irreal, seria passar a Cisjordânia para a Jordânia e Gaza para o Egito. Mas a Jordânia já disse não - a maior parte de sua população já é palestina. E o Egito não quer o abacaxi de Gaza.

Mas o que todos têm que entender é que, no século 20, nem os palestinos nem os israelenses vão sair de onde estão. Para a eternidade serão vizinhos. Por isso, o melhor é serem amigos com uma solução realista para as suas disputas

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